DIU: o que é, vantagens, dúvidas e como é colocado?

DIU de cobre, prata ou hormonal: Qual o mais indicado?

O Dispositivo intrauterino (DIU) é o método mais usado de contracepção reversível e de ação prolongada devido à sua alta eficácia e segurança, facilidade de uso e custo-benefício. Ele fornece uma opção não cirúrgica para a prevenção da gravidez que é tão eficaz quanto a esterilização cirúrgica ( Laqueadura tubária). Nesse sentido, são métodos apropriados para a maioria das mulheres, incluindo nulíparas (mulheres que nunca engravidaram).  

No texto abaixo, você vai conhecer todos os tipos de Diu, e entender porque ele é um dos métodos contraceptivos preferidos!Tire suas dúvidas sobre o DIU:

O que é DIU?

O DIU significa dispositivo intra-uterino e é um método contraceptivo que consiste na utilização de uma haste maleável em forma de “T” que, através da liberação de hormônios ou outras substâncias (como o Cobre e a Prata) no útero, evita a fertilização dos ovócitos pelos espermatozoides.

O DIU é um método contraceptivo do grupo dos LARCs, sigla em inglês para Método Contraceptivo de Longa Duração.
Os contraceptivos intrauterinos, também conhecidos como DIUs (dispositivos intrauterinos), compreendem os dispositivos intrauterinos contendo cobre e o sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU-LNG). 

O DIU com cobre, quando inserido dentro do útero, exerce ações locais que culminam por evitar a gestação, apresentando-se como um método seguro para evitar a longo prazo uma gestação. Pode ser usado em qualquer idade do período reprodutivo, sem a necessidade da intervenção diária da mulher e sem prejudicar a fertilidade futura.

O DIU é seguro?

Sim, a eficácia do DIU é de 99,3%. É um método altamente efetivo, que apresenta excelente custo-benefício.  O DIU apresenta taxas de gravidez inferiores a 0,4 % (ou 4 mulheres a cada 1000) no primeiro ano.

Tipos de DIU

Existem, basicamente, quatro tipos de DIU: de cobre, de prata e o hormonal. Eles possuem funcionamentos distintos entre si, assim como a sua composição, garantindo que cada mulher possa encontrar o melhor modelo.
Com relação a tamanho, além do DIU padrão – existe o Mini DIU que pode ser utilizado por mulheres com úteros reduzidos ou aquelas que nunca tiveram filhos.

DIU de cobre

O dispositivo intrauterino (DIU) de cobre se sobressai hoje como o método anticoncepcional reversível mais usado no mundo: cerca de 170 milhões de usuárias, ultrapassando de longe a pílula anticoncepcional que tem cerca de 110 milhões de usuárias, segundo informações da OMS*.

É um método eficaz, prático, sem hormônios, que satisfaz as necessidades contraceptivas da maioria das mulheres.  

Como o DIU de cobre funciona ?

O DIU com cobre libera pequenas quantidades de cobre no útero, provocando mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, levando a uma ação inflamatória e citotóxica com efeito espermicida. O cobre é responsável pelo aumento da produção de prostaglandinas e pela inibição de enzimas endometriais, causando um processo inflamatório local, incompatíveis com sobrevida dos espermatozoides e implantação para gestação. Provoca também uma alteração no muco cervical, tornando-o mais espesso. Considera-se que o DIU interfere na motilidade (velocidade) e qualidade espermática, atrapalhando a ascensão dos espermatozoides, desde a vagina até as tubas uterinas, levando também à morte dos mesmos pelo aumento na produção de citocinas citotóxicas.  

O DIU DE COBRE possui boa eficácia quando bem posicionado no útero, por isso a importância de realizar ultrassom transvaginal, após a inserção do DIU e acompanhar anualmente, para verificar se o DIU está bem posicionado. 

Quanto tempo dura o DIU de cobre?

Ele pode permanecer no corpo por 10 anos ( DIU normal) e 5 anos ( Mini DIU de cobre).

Valor do DIU de cobre? 

O DIU de cobre custa, em média, de R$ 100 reais (DIU tamanho normal) a R$ 150 reais (mini DIU). Entretanto, a inserção do dispositivo é feita por ginecologista e o procedimento tem um valor extra, de acordo com cada serviço realizado.

DIU de Prata

Apesar do nome, este dispositivo combina cobre e prata em sua composição e segue as mesmas indicações dos DIUs de cobre. O objetivo da associação dos dois metais é reduzir o risco de oxidação e fragmentação dos sais de cobre no útero, tornado o método mais eficaz. Além disso, ele altera o muco do colo uterino, deixando-o espesso, e modifica a contração das tubas uterinas. Todos estes mecanismos impedem a concepção e, se ainda assim ela ocorrer, impedem a implantação do zigoto no endométrio.

A prata faz com que o fluxo menstrual seja menor em comparação com o DIU de Cobre, o que pode ser uma vantagem desse tipo de DIU. 

Quanto tempo dura o DIU de prata?

O DIU de prata possui um tempo de ação contraceptiva de 5 anos, tanto para o MINI DIU DE PRATA quanto para o DIU DE PRATA tamanho normal. 

Valor do DIU de prata?

O DIU de prata custa, em média, de R$ 270 a R$ 300. Entretanto, a inserção do dispositivo é feita por ginecologista e o procedimento tem um valor extra, de acordo com cada serviço realizado.

Vantagens e desvantagens do DIU NÃO HORMONAL (PRATA / COBRE): 

Vantagens: 

– Não contém hormônios – fato desejável em várias situações 

– Altamente efetivo – mais de 99% (melhor do que as pílulas anticoncepcionais)

– Melhor custo-benefício – custo baixo

– Praticidade – não precisa lembrar diariamente de usá-lo (livre de esquecimentos)

– Longa ação – até 10 anos 

– Retorno rápido à fertilidade – quase que imediato, após a retirada 

– Sem efeitos sistêmicos – ação local, intrauterina 

– Não interfere na lactação (Amamentação) 


– Altas taxas de continuidade – as maiores entre os métodos reversíveis

– Não aumenta o risco de contrair IST (Infecção Sexualmente Transmissível) – É fundamental usar preservativo também (masculino ou feminino) para evitar ter IST. 

– Possibilidade de inserção IMEDIATA, no pós-parto e no pós-abortamento.
Pode ser usado em mulheres que tiveram câncer de mama

Desvantagens

– Aumento do fluxo menstrual (mais perceptível nos 6 primeiros meses da inserção).

– Após esse período o fluxo menstrual voltará ao seu padrão habitual.


– Aumento ou aparecimento transitório de cólicas menstruais – especialmente nos primeiros meses.Não controla doenças ginecológicas, como a endometriose (diferentemente do DIU hormonal)


– Não trata os sintomas de TPM, pois não bloqueia os ovários.


– Não provoca a redução de fluxo menstrual ou suspensão do fluxo, como acontece com o DIU de hormonal. 

DIU HORMONAL(SIU)

Hoje em dia, temos dois tipos de DIU HORMONAL.


DIU Hormonal ou Medicado, também conhecido como SIU – sistema intra uterino: Esse dispositivo tem como mecanismo a liberação intrauterina de progesterona, que provoca espessamento do muco cervical, alteração da motilidade das tubas uterinas e alteração do endométrio, tecido de dentro do útero. Estes mecanismo somam eficácia na contracepção e taxa de sucesso semelhante a laqueadura tubária. A interrupção da ovulação não é um mecanismo importante do DIU, inclusive a maioria dos ciclos são ovulatórios. 

O DIU hormonal pode ser usado como tratamento em casos de mioma, endometriose, adenomiose, chegando a poupar até 70% das cirurgias.

EFEITOS ESPERADOS DO DIU HORMONAL:

– Mudanças nos padrões de sangramento, principalmente nos 6 primeiros meses de inserção, após esse período é esperado que o fluxo menstrual diminua ou a mulher fique sem menstruar. 

– Sangramento prolongado – 59%


– Amenorréia (ficar sem menstruar imediatamente após a inserção) – 6 a 20% 

– Escapes menstruais (sangramento em borra de café entre as menstruações) – 23 a 31%


– Redução na quantidade de dias de sangramento – 11 a 33%

Efeitos colaterais raros: 

– Ganho de peso, acne e hirsutismo e raros casos de alopecia – 0,33%  


– Taxas de expulsão em 7 anos de acompanhamento do SIU-LNG variaram entre 3,1 e 8,7%, foram mais frequentes no início do uso e nos primeiros dois anos.

Valor do DIU HORMONAL? 

O DIU hormonal custa, em média, de R$ 800 reais a 1.000 reais. Entretanto, a inserção do dispositivo é feita por ginecologista e o procedimento tem um valor extra, de acordo com cada serviço realizado.

Quem pode usar o DIU?

Todas as mulheres em todas as fases reprodutivas são aptas a utilizarem o DIU, desde que não tenham qualquer outra restrição indicada por um profissional ginecologista. Para se certificar de que você não possui nenhum desses problemas antes de usar o dispositivo, é possível fazer alguns exames. Deve-se primeiramente passar por uma análise ginecológica clínica, em que uma série de contraindicações já podem ser afastadas.

QUEM NÃO PODE USAR O DIU?(CONTRA-INDICAÇOES)

– Anormalidades uterinas como: Útero bicorno, septado ou intensa estenose cervical impedem o uso do DIU.


– Miomas uterinos submucosos com relevante distorção da cavidade endometrial contraindicam o uso do DIU pela dificuldade na inserção e maior risco de expulsão. 

– Miomas que não distorcem a cavidade uterina não são contra-indicação ao método.


– O DIU com cobre não pode ser inserido em vigência de IST (infecções sexualmente transmissíveis), tais como clamídia, gonorreia e AIDS nos estágios clínicos 3 e 4. 


– Presença de infecção inflamatória pélvica aguda ou crônica (DIPA)


– Endometrite ou cervicite mucopurulenta

– Tuberculose pélvica 


O DIU pós parto não deve ser inserido quando houver presença de:  febre durante o trabalho de parto ou ruptura de membranas há mais de 24 horas. 

No pós-parto imediato é contraindicação quando há hipotonia ou atonia pós-dequitação ou retenção placentária. 


– Abortamento infectado

– Mulheres em uso de anticoagulantes ou com Distúrbios da coagulação não irão se beneficiar do uso do DIU com cobre pelo provável aumento do fluxo menstrual observado nestes casos. 


– Câncer de colo uterino.

Como colocar o DIU?

Uma ginecologista é a pessoa mais indicar para colocar o DIU. A colocação do DIU leva poucos minutos quando o procedimento é realizado por um profissional experiente. O DIU pode ser introduzido no próprio consultório do profissional de ginecologia.

Podemos aplicar uma anestesia local, no colo do útero, sendo comum sentir um desconforto leve, como uma cólica, durante o processo. Entretanto, na consulta prévia se identificado uma dor for intensa ou houver qualquer obstrução ao trajeto do DIU, o processo pode ser realizado em um centro cirúrgico, contando com o apoio de um anestesiologista e sedação.  A colocação do DIU pode ser feita em qualquer período do ciclo menstrual.

É recomendado também que a mulher fique em repouso no dia do procedimento, evitando carregar peso ou realizar atividades sexuais. É possível voltar à rotina normalmente já no dia seguinte.

Adaptação ao uso do DIU

A adaptação do uso do DIU varia de mulher para mulher. Assim que o dispositivo é colocado, é normal que a paciente sinta um leve desconforto, que pode durar por mais ou menos um dia. Mas, de modo geral, qualquer incômodo costuma passar em poucos dias.

Inserção de DIU pós-parto

Se você passou por uma gestação e deseja colocar o DIU, o recomendado é esperar o período de quarentena. O útero leva em média 42 dias para voltar ao tamanho normal e se recuperar da gestação. Após esse período já é possível posicionar o dispositivo sem qualquer dano de perfuração ou de expulsão do material.
Os dois modelos diferentes também não afetam na amamentação.

Infecção uterina: quais são os riscos com o DIU e como se prevenir?

– O DIU pode aumentar os riscos de infecção no útero, porém é possível tomar alguns cuidados para se prevenir deste problema.

– A partir do momento que já existem bactérias dentro do útero que geram uma infecção, o DIU pode ser colonizado por esses microorganismos, criando as condições propícias para a sua existência no trato genital.

– Para evitar isso, é muito importante que os exames antes de implantar o DIU sejam feitos adequadamente, além de seguir um acompanhamento e todas as orientações do seu profissional ginecologista.

DIU x Trombose

Ao contrário das pílulas contraceptivas, o DIU não aumenta os riscos de trombose. Na verdade, ele é um dos métodos mais indicados para as mulheres que já possuem uma propensão a ter esse tipo de problema.

Engravidando após retirar o DIU

O DIU não causa infertilidade permanente com o uso. Após o momento de retirada do dispositivo, a mulher já se encontra apta a engravidar – no caso do DIU de Cobre. Já no DIU hormonal, pode ser que demore até uns 3 meses para que a camada que recebe o embrião se recupere.

DIU e as DSTs

Para a sua maior segurança e manutenção da sua saúde, é muito importante que o DIU seja utilizado em conjunto com os preservativos, sejam eles masculinos ou femininos.

Isso porque ele não previne contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis, como HIV, sífilis, hepatite, entre outras, sendo indicado apenas como um método contraceptivo.
Portanto, faça o uso do preservativo em todas as suas relações sexuais (vaginal, oral e anal).

Porque escolher o DIU como método contraceptivo?


A escolha do melhor método anticoncepcional deve estar sempre nas mãos da mulher, que saberá quais são as suas principais necessidades e restrições.

Para quem busca um alto índice de eficiência, ele é uma ótima alternativa à laqueadura tubária (superior a 99% de eficácia) e traz alguns benefícios combinados, como a redução do fluxo menstrual – para o DIU Hormonal, e o tratamento de algumas doenças, como a endometriose. E o DIU também é reversível.

Valor do DIU: qual o preço para colocar o DIU?

Algumas pessoas têm a ideia de que o DIU tem um preço elevado. No entanto, ele apresenta um excelente custo-benefício.

O modelo de cobre, por exemplo, pode ser encontrado a partir de R$ 100. Já a opção de DIU Hormonal, o custo fica entre R$ 800 e R$ 1.500. O preço do DIU de prata é entre R$250 e R$350. Porém, é necessário contabilizar também o valor do procedimento de inserção – que cada médico pode ter um valor diferente. 

A alta eficiência e durabilidade do DIU fazem com que ele se classifique como econômico.

ORIENTAÇÕES APÓS INSERÇÃO DO DIU:

Após a inserção do DIU, a mulher deve ser orientada a procurar atendimento, a qualquer tempo, caso apresente algum sintoma de alarme como:

– Febre


– Dor pélvica aguda e persistente, que podem ser sinal de doença inflamatória pélvica por presença de cervicite por Chlamydia, assintomática no momento da inserção. 


– Após a inserção do DIU a paciente poderá realizar suas atividades cotidianas 


– A usuária deve ser orientada a usar preservativo masculino ou feminino ou outro método contraceptivo durante 7 dias após a colocação, período de adaptação do organismo. 

– O uso de camisinha feminina ou masculina deve ser aconselhado, como forma de prevenção às IST. 

– Nesse caso, a mulher deve ser tratada com antibiótico apropriado, não sendo necessária a remoção do DIU  se a sintomatologia regredir rapidamente. Se persistir, é preciso retirar o DIU. 

– Toda usuária deve retornar para uma consulta de revisão entre 30 a 45 dias após inserção do dispositivo intrauterino. 

 REALIZAÇÃO DE ULTRASSONOGRAFIA:

– Antes da inserção, deverá ser realizada em casos selecionados, como exemplo, na suspeição de má formação uterina ou para a investigação de sangramento uterino anormal sem diagnóstico. 


– Após inserção solicitamos ultrassom transvaginal para confirmação do bom posicionamento do DIU. 


– Também pode ser utilizada para identificar a presença do DIU quando o fio do DIU não está visível na cérvix ou nos casos de fio com comprimento mais longo que aquele registrado no momento da inserção. 

COMO SUSPEITAR QUE O DIU ESTÁ FORA DO LUGAR OU FOI EXPULSO ?

A expulsão do DIU com cobre é mais comum no primeiro ano de uso, ocorrendo em até 4-5% das usuárias. Os fatores de risco para expulsão são: 

– História de expulsão prévia de outro DIU com cobre (neste último caso, a probabilidade de nova expulsão é de 30%). 

– Aumento do fluxo menstrual e dismenorréia severa


– Suspeita-se de expulsão parcial quando há corrimento vaginal, sangramento intermenstrual (escape menstrual) ou sinusorragia (sangramento após relação sexual) e dispareunia (dor durante a relação sexual). 


– Algumas mulheres não têm sintoma quando há expulsão parcial ou total. 

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Dra. Janayne Oliveira

CRM-DF: 23240 RQE: 19264

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